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Títulos públicos fecham no vermelho com inflação e risco fiscal

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A inflação e o risco fiscal foram o pano de fundo do primeiro semestre dos títulos públicos do Tesouro Direto, como os principais responsáveis por pressionar a marcação a mercado de janeiro a junho de 2022. A conta difícil de fechar, entre gastos e arrecadação do governo, em meio a uma economia que não engatou, fez as preocupações fiscais se destacarem mais do que os agentes gostariam.



Um item que pressionou a inflação e que vale destacar é o combustível. Boa parte dos primeiros seis meses do ano foi de discussão sobre reduzir ou não os preços da gasolina, etanol e gás.


No fim das contas, é esperado um impacto fiscal de R$ 42 bilhões, caso a PEC dos combustíveis seja aprovada. A proposta inclui auxílios para motoristas e caminhoneiros e o relator da proposta, Fernando Bezerra (MDB-PE), avalia ainda alterar um trecho referente à decretação do estado de emergência que permite a emissão de crédito extraordinário de forma ilimitada.


O que também deve perdurar pelos próximos meses é o movimento de alta dos juros no Brasil e no exterior. "Desde o começo do ano a gente tem observado uma trajetória ascendente da taxa de juros no país. Além disso, os índices de inflação apresentaram bastante volatilidade: retração do IGP-M, avanço do IPCA, índices de desemprego elevado e retração dos índices de atividade econômica global. Isso tudo é prejudicial para o mercado de títulos, a taxa de juros sobe no mundo todo e cai os preços. Esse movimento durou o semestre inteiro", explica a analista da Toro Investimentos, Stefany Oliveira.


Tanto nos papéis prefixados quanto naqueles indexados ao IPCA, quanto maior a taxa, menor o preço. Quando as taxas sobem, portanto, apesar de ser uma boa notícia para quem vai investir — já que assegura rentabilidade maior se mantiver a aplicação até o vencimento —, o valor de mercado dos papéis diminui, o que implica em perda temporária para quem possui os títulos na carteira.


Entre os títulos prefixados (que pagam juros acordados no momento da compra), o papel com vencimento em 2025 encerrou o semestre com rentabilidade positiva de 0,2%. Os outros dois títulos disponíveis, com vencimentos em 2029 e 2033, ainda não possuem acumulado do período, uma vez que passaram a ser disponibilizados em fevereiro deste ano.


No Tesouro IPCA+ (que paga a variação da inflação oficial do país no período mais juros acertados no momento da compra), o pior desempenho ficou com o título com vencimento em 2045, que recuou 9,67% no primeiro semestre de 2022.


Já os títulos atrelados à taxa Selic fecham mais um semestre em alta. O papel com vencimento em 2025 acumulou retorno de 5,58% de janeiro a junho, pouco acima dos 0,60% ao mês oferecidos pela poupança no mesmo período. O retorno do Tesouro Selic para 2027 foi de 5,97%.



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