Investidores mudam estratégias na Bolsa de valores do Brasil

Investidores mudam suas estratégias na Bolsa de valores do Brasil devido a frustrações perante algumas expectativas à política de juros no exterior e também por conta de um ambiente global que desafia essas pessoas a reajustarem seus investimentos.

No Brasil, a baixa inflação fez com que muitas pessoas voltassem suas atenções para o mercado nacional e o risco de queda de produção no mercado mundial gerou um sinal de alerta para empresas exportadoras e de commodities.

No começo de 2022 a expectativa era de retomada econômica devido ao período de prejuízo em tempos de pandemia, entretanto, com a guerra na Ucrânia e as crescentes tensões da Rússia com países da OTAN, o mercado financeiro novamente passou por um período de turbulência e desde então está buscando se adaptar a esse novo cenário.

Ainda sobre os prejuízos gerados em tempos pandêmicos, somados aos conflitos bélicos na Ucrânia, investidores se prepararam para uma alta de preços no segundo trimestre, mas ainda imaginavam que logo esse tempo de instabilidade passaria.

Apesar das expectativas, o que se desenrolou durante o ano de 2022 foi um cenário totalmente diferente.

O terceiro trimestre (encerrado em setembro) surpreendeu e apresentou uma inflação bem mais resistente.

Algumas das principais economias ao redor do mundo, como Estados Unidos e China, também sofreram com essa instabilidade no mercado devido a alta de juros.

A China, por exemplo, com as idas e vindas de lockdowns para tentar controlar novos surtos do coronavírus parece estar longe da meta de crescimento de 5,5% no ano.

No cenário internacional as bolsas caíram no trimestre e também no ano, porém, no Brasil, o Ibovespa seguiu no positivo.

“Quando se compara o desempenho com as bolsas globais, a gente está indo super bem este ano. Lá fora tem um cenário mais negativo, com vários riscos geopolíticos, como tensões entre China e Taiwan, guerra entre Rússia e Ucrânia e os bancos centrais ainda subindo juros, sem pistas de quando esse ciclo de alta vai parar”, afirma Jennie Li, estrategista de ações da XP

Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial, afirma que um ambiente desafiador como este pede uma carteira diversificada e com papéis de menor volatilidade.

“Na dúvida, não tenha medo de ser conservador, fique na renda fixa. Mas para quem quer se expor à renda variável a recomendação é que tenha uma menor exposição a empresas exportadoras e maior exposição a empresas da economia doméstica brasileira, com atenção para os fatores macroeconômicos e de atratividade no preço” afirma Filipe.

Fonte: Valor Investe